Policial foi transferido de batalhão por discordar de crimes cometidos por outros agentes no Ceará

 Policial foi transferido de batalhão por discordar de crimes cometidos por outros agentes no Ceará
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Um sargento da Polícia Militar do Ceará (PMCE) foi ameaçado por outros policiais por discordar dos crimes cometidos pelos agentes do Batalhão de Polícia de Meio Ambiente (BPMA) de Sobral, segundo a investigação do Ministério Público do Ceará (MPCE).

Nove policiais militares foram presos preventivamente e afastados das funções, na deflagração da Operação Espanta Raposa, na última quinta-feira (28), por participarem de um grupo de extorsão. Os servidores públicos exigiam até R$ 20 mil e chegavam a ameaçar de prisão e até morte empresários da Região Norte do Estado, conforme documentos obtidos pelo G1.

Após as ameças, o sargento (identidade preservada) pediu transferência de Unidade. A investigação do MPCE contou com informações da Coordenadoria de Inteligência Policial (CIP) da PMCE.

Os PMs cometiam crimes de duas formas, segundo a investigação. Uma das técnicas utilizadas pela quadrilha era verificar os pedidos de regularização das atividades laborativas ou da compra de material junto à Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), antecipar-se ao órgão e fazer exigências.

Os investigados também abordavam caminhões com mercadorias pesadas, como madeiras, lenhas, carvão, areia e pedras, e ameaçavam os condutores de apreender os bens, com a aplicação de uma multa exorbitante, caso os mesmos não pagassem valores de R$ 2 mil a R$ 20 mil.

A investigação identificou pelo menos 12 vítimas do esquema criminoso. As empresas extorquidas atuam na extração mineral de areia e barro; extração de madeira; produção e comércio de carvão; produção de camarão; produção de pães; pesca de lagosta; extração mineral de pedras; terraplanagens; e transporte de entulhos. Os empreendimentos ficam nos municípios de Chaval, Camocim, Granja, Martinópole, Itarema, Cruz e Senador Sá.

Chefes de alta patente

A Operação Espanta Raposa cumpriu mandados de prisão preventiva e de afastamento das funções de nove policiais, em Sobral e Tianguá. Conforme documentos aos quais o G1 teve acesso, sargentos, major e tenente-coronel estavam os membros da facção.

Conforme a investigação, os militares de patente mais alta comandavam o esquema criminoso. Um tenente-coronel se utilizaria da posição para autorizar que as equipes policiais se deslocassem para a prática de ilícitos; já um major era o principal líder da quadrilha. Os demais servidores públicos colocavam o esquema de extorsão em prática.

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